“Agora, pois, ó
Israel, que é que o Senhor requer
de ti? Não é que temas o Senhor,
teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração
e de toda a tua alma” (Dt 10.12).
A expressão “temer a
Deus” ouve-se com grande freqüência nas igrejas. Pastores e professores de
Escola Dominical estão sempre fazendo referência. Mas infelizmente, muitos não
conseguem compreender verdadeiramente o que ela quer dizer. Quando se ouve a
palavra “temer” de imediato a associamos a: medo ou receio. A nossa idéia é que
devemos ter receio (medo) de Deus.
No entanto, este é um
enfoque errado para a palavra “temer”. O temor a Deus, no sentido bíblico, não
é ter medo de um Deus iracundo, que se ira ou se irrita com
facilidade e que está sempre pronto para castigar, mas uma atitude de profundo
respeito, que inclui a adoração, o amor, o serviço a Deus e a obediência aos
Seus mandamentos (Dt 6.13; 31.12,13/ Sl
112.1; 128.1/ Ec 12.13).
“Temer a Deus” é, portanto, reverenciar ou respeitar ao Criador.
Significa
reconhecer a Deus como Supremo Criador e Justo Juiz (Sl 19.9; 33.8) e reverenciá-lO como tal (Lc 12.4,5/ Fp 2.12,13). É reconhecer a Grandeza e a Soberania do
único Deus verdadeiro. É honrá-lO como Deus, por causa da Sua excelsa Glória,
Santidade, Majestade e Poder (Êx
14.31; 19.16).
Esse tipo de temor não diminui com o amor a Deus,
mas, ao contrário, se eleva a um plano superior (1Pe 1.17; 2.17). Deus não
quer que o homem venha até Ele por medo. Por medo de Seu castigo ou por medo de
ir para o inferno.
O desejo de Deus é que o homem reconheça o Seu amor, o qual
foi manifestado na Pessoa de Jesus Cristo, e desse modo, deseja que o homem
chega-se a Ele por amor e não por medo.
O temor do Senhor
motiva o povo de Deus a adorá-lO de todo o seu ser (Sl 22.23,25/ Ap 14.6,7). Não é um temor destrutivo, mas um temor
que controla e que redime e que aproxima o cristão de Deus, de Suas bênçãos, da
pureza moral, da vida e da salvação (Sl 5.7; 85.9/ Pv 14.27; 16.6/ Jr 32.40/ 1Pe 2.17). Pois, quando temos uma revelação
autêntica da Majestade de Deus e dos Seus juízos contra o pecado, nós nos
apegamos a Ele com fé e crescemos no Seu temor. É entender que dependemos dEle
e que Ele está no controle de tudo e que vamos dar contas a Ele.
Todo cristão deve
possuir um santo temor que o faça tremer diante da Palavra de Deus (Is 66.2) e o leve a desviar-se de todo mal (Sl 34.9,14/ Pv 3.7; 8.13/ Tg 4.7). Quando nós nos apercebemos da santidade
do nosso Deus, isto é, Sua separação do pecado, e Sua aversão constante a ele,
a resposta normal do espírito humano é temê-lO (Ap 14.7; 15.4).
O temor de Deus é
diretamente aplicável á nossa vida diária. Uma pessoa que teme a Deus ama a Sua
Palavra (Sl 112.1). Ela é piedosa, misericordiosa e justa (Sl 112.4). Alcança o conhecimento de Deus (Pv 2.5).
O homem temente a Deus é: agradável a Deus (Sl 147.11); tem Sua compaixão (Sl 103.11,13,17/ Lc 1.50); aceito (At 10.35); abençoado (Sl 112.1; 115.13); confiante (Sl 115.11/ Pv 14.26); inimigo do mal (Pv 8.13; 16.6); agradável no falar (Ml 3.16); corajoso (Is 8.12,13).
Se realmente tememos
ao Senhor, temos uma vida de obediência aos Seus mandamentos e damos sempre um
“não” estridente ao pecado (Sl
119.63/ Pv 16.6/ cf. Sl 36.1-4). “Servi ao Senhor
com temor e alegrai-vos nele com tremor” (Sl 2.11). Este sentimento de reverência e respeito é uma prática que deve ser
desenvolvida pelos servos do Senhor. Todos aqueles que querem viver uma vida
santa e irrepreensível deve observá-las, esta é uma ordem (cf. Dt 13.4/ Sl 22.23/ Ec 12.13/ 1Pe 2.17).
Salomão de forma didática ensina em Pv 2.3-5 como deve ser o proceder do homem para conhecer o
significado de temer a Deus e ainda, como alcançá-la. Deus é o autor deste
sentimento e Ele mesmo colocou nos corações dos seus escolhidos (Jr 32.39,40), é uma prática que deve ser desenvolvida no dia-a-dia.
Aquele que teme a
Deus andará por caminhos justos e alcançará a intimidade com Deus: “Ao
homem que teme ao Senhor, ele o
instruirá no caminho que deve escolher... A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais
ele dará a conhecer a sua aliança” (Sl 25.12,14). “Agora, pois, ó
Israel, que é que o Senhor requer
de ti? Não é que temas o Senhor,
teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração
e de toda a tua alma” (Dt 10.12).
O temor ao Senhor produz no povo de Deus esperança e confiança (Sl 115.11). Não é de admirar, pois, que tais pessoas se salvem (Sl 85.9) e desfrutem do amor perdoador de Deus, e de Sua misericórdia (Lc 1.50/ cf. Sl 103.11; 130.4).
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