“Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma
mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos,
disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na
lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus,
inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Como insistissem na pergunta,
Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o
primeiro que lhe atire pedra. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever
no chão. Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência,
foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até os últimos,
ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. Erguendo-se Jesus e não vendo
a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus
acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe
disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (João 8.3-11).
A resposta sábia de Jesus àqueles escribas e fariseus nos
leva a uma profunda reflexão: Todos os seres humanos são falhos, sujeitos aos
mesmos erros (Atos 14.15), e com isso não cabe a nós julgarmos uns aos outros. Quem
somos nós para julgarmos os pecados alheios?
“Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio
senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o
suster” (Romanos 14.4).
Cada um tem seus pecados habituais, suas fraquezas, suas
debilidades. Aqueles homens se achavam na condição de julgar aquela mulher, mas
aquelas palavras de Jesus os deixaram acusados pela própria consciência. Quem
entre eles não haveria cometido pecado algum?
“... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23).
“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos
nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados,
ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 João 1.8-10).
Sem Cristo todos nós estamos debaixo de uma mesma
condenação, independentemente do pecado que temos cometido (confere: 1Coríntios 6.9,10/ Gálatas 5.16-21/ Efésios
5.3-6).
Mas com Cristo todos os homens, indistintamente, têm o
direito à salvação eterna (confere: Atos
17.30,31/ Romanos 3.21-26/ 1 Coríntios 6.11/ Efésios 2; 5.7-10/ Tito 3.3-7).
“Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem
quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois
praticas as próprias coisas que condenas. Bem sabemos que o juízo de Deus é
segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. Tu, ó homem, que condenas
os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo
de Deus? Ou despreza a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade,
ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? Mas, segundo
a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da
ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o
seu procedimento:...” (Romanos 2.1-6).
“Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de
forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos,
estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há
quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram
inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3.9-12).
O homem que julga o teu próximo condena a si próprio,
pois, como ele pode julgar o próximo por um erro se ele mesmo comete outro
erro. Aquele que julga alguém por algum erro, não estará livre do juízo de
Deus.
Em Mateus 7.1-5/ Lc
6.37-42, Jesus nos ensinou
acerca do juízo temerário. Cristo nos ensina que não devemos julgar para que
também não sejamos julgados, porque com o mesmo peso com que julgamos alguém,
com o mesmo peso seremos julgados (confere: Colossenses
3.25).
Chama-se de juízo temerário o julgamento apressado,
arrogante, baseado em impressões, em informações de segunda mão, em
maledicência e no “ouvi dizer”. Para o julgamento não ser temerário, a sua
motivação precisa ser trazida à tona e examinada.
Por trás do juízo podem estar a inveja, o ciúme, a
competição e o desejo de vingança. Em outras palavras, o auto-julgamento deve
preceder o julgamento alheio.
Muitas vezes reparamos o argueiro que está no olho de
alguém e não enxergamos a trave que está diante dos nossos olhos. O argueiro é
uma partícula leve, separada de um corpo ou mesmo um cisco, e a trave é um
grande tronco ou mesmo um madeiro grosso. Com isso, se julgamos o próximo pela
grandeza de seu erro, maior ainda será o nosso erro.
Antes de julgarmos alguém, temos que examinar a nós
mesmos, e enxergarmos o nosso erro primeiro. Aquilo que Paulo diz em 1 Coríntios 10.12, “aquele,
pois, que pensa estar em pé veja que não caia”, ele está dizendo
pra nós tomarmos conta da nossa vida, para vermos como ela está e que estilo de
vida estamos vivendo.
É por isso que Paulo, em 1 Coríntios 11.28, diz, “examine-se,
pois, o homem a si mesmo”,
pois, devemos examinar a nossa vida e vê, que Cristianismo estamos vivendo
hoje, que tipo de pessoa somos hoje, que tipo de cristão somos nós (confere: 2 Coríntios
13.5-10/ Gálatas 6.3).
No momento em que fazemos o exame de nós mesmos, percebemos
o quanto nós não somos nada sem Deus e com isso, veremos que não temos o
direito de julgar ninguém. Veremos quão grande é a misericórdia dEle sobre as
nossas vidas. Se não fosse a Graça de Cristo estaríamos todos, sujeitos a
condenação eterna.
“Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seriamos
julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não
sermos condenados com o mundo” (1 Coríntios
11.31,32).
Jesus nos diz que aquele que julga o próximo é um
hipócrita, pois, não consegue tirar a trave que há em seus olhos e pensa que
pode tirar o argueiro dos olhos de outrem.
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário