João era uma pessoa de bem com a
vida. Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para
dizer. Quando alguém lhe perguntava como estava, ele respondia: “Se melhorar
estraga”.
Ele era um gerente especial, pois seus clientes o seguiam de loja em
loja apenas pelas suas atitudes. Era um motivador nato. Sua atitude intrigava a
muitos. Se um colaborador estava tendo um dia ruim, João estava sempre dizendo
como ver o lado positivo da situação.
Um dia alguém lhe perguntou:
–
Como você consegue ser uma pessoa assim, tão positiva, o tempo todo?
Ele
respondeu:
–
A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo: “João, você tem duas escolhas
hoje: pode ficar de bom humor ou de mau humor, qual você escolhe?”. Eu escolho
ficar de bom humor. Cada vez que algo de ruim acontece, posso escolher bancar a
vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido. Eu escolho aprender algo. Eu
escolho ver o lado positivo da vida. Toda vez que alguém reclamar, posso
escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida.
–
Mas não é fácil. – argumentou tal pessoa.
–
É fácil. – disse João. – A vida é feita de escolhas. Quando você examina a
fundo toda a situação, sempre há uma escolha. Toda situação sempre oferece
escolha. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas
afetarão o seu humor. É sua a escolha de
como viver sua vida.
Anos
mais tarde houve notícias de que João havia passado por uma situação difícil.
Tendo esquecido a porta dos fundos da loja aberta foi rendido por assaltantes.
Dominado, enquanto tentava abrir o cofre, sua mão trêmula pelo nervosismo
desfez a combinação do segredo. Os ladrões irritados atiraram nele. Por sorte
ele foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital. Depois
de semanas de tratamento intensivo, teve alta.
Uma amiga dele o encontrou mais
ou menos por acaso. Quando lhe perguntou como estava, ele respondeu como
sempre:
–
Se melhorar estraga.
Mas
a sua amiga queria saber sobre o que tinha acontecido e perguntou-lhe o que
havia passado em sua mente na ocasião do assalto.
–
A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás – ele
respondeu – depois não ter ficado tão nervoso a ponto de esquecer o segredo do
cofre, mas naquele momento, ali deitado no chão, lembrei que tinha duas
escolhas: poderia viver ou morrer. Escolhi viver. Quando me levaram para o
hospital e entrei na sala de emergência, vi a expressão dos médicos e
enfermeiras. Fiquei apavorado. Em seus lábios eu lia: “Esse aí já era”. Decidi
então que tinha de fazer algo.
–
O que fez então? – perguntou sua amiga.
–
Bem, havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era
alérgico a alguma coisa. Eu respondi: “Sim”. Todos pararam para ouvir a minha
resposta. Tomei fôlego e gritei: “Sou alérgico a balas!”. E entre as risadas
lhes disse: “Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como um
morto”.
João
sobreviveu graças à persistência dos médicos, mas também graças a sua atitude.
Aprendi
que é nossa escolha sermos felizes, conseguindo nas situações difíceis sorrir e
seguir em frente. É nossa escolha como reagir a cada situação. Só nós mesmos
podemos escolher como as pessoas afetarão nosso humor, nossa vida... Lembre-se
disso sempre diante de cada situação, e faça a sua escolha.
“Nada contribui tanto para a felicidade como
trocar as preocupações por ocupações” (Maeterlinck).
(Extraído do livro Mensagens de Valor, compilação
dos artigos de Vera Lúcia sobre: motivação, entusiasmo, trabalho,
família, afetividade, amor. Expressa a beleza dos verdadeiros valores
enaltecidos no ser humano.)
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