Longanimidade
A longanimidade é
a capacidade de pensar antes de agir; ser tardio para irar-se ou para o
desespero (Colossenses 1.11; 3.12/ 2 Timóteo 3.10).
É a virtude que
trata da paciência, calma e autodomínio; é a perseverança ou a capacidade de
suportar as ofensas; é tomar uma atitude que se nega a devolver uma ofensa na
mesma moeda; é possuir ânimo longo apesar das circunstâncias adversas em lugar
de ter ânimo precipitado (Provérbios 14.29). É a virtude que faz suportar os males com resignação.
Esta virtude
capacita o crente para exercer o domínio próprio diante das provações, ou seja,
ele não se precipita em “acertar as contas” ou punir. Ao mesmo tempo, também
resiste ao prolongamento de circunstâncias difíceis.
Em vez de escapar
com raiva ou agir precipitadamente para ferir aquele que nos feriu, deveríamos
pacientemente mostrar nosso amor e procurar reconciliar com essa pessoa. Tal
atitude melhorará nossas relações em todos os aspectos.
Através da
longanimidade, o amor se mostra paciente quando em meio à irritação e a ira, às
vezes somos tentados a vingar as ofensas e a fazer justiça com as próprias
mãos.
Na longanimidade,
o amor e a paciência se irmanam na busca da compreensão e da consolidação da
comunhão entre os cristãos (Efésios 4.1,2/ 1 Tessaloniceses
5.14).
Essa virtude
ajuda o crente no seu serviço (Provérbios 15.18/ 2 Coríntios
6.6/ 2 Timóteo 4.2). É uma expressão do domínio próprio (Provérbios 16.32).
O nosso dia-a-dia
é um constante teste para a longanimidade. Um desses exemplos certamente já nos
aborreceu: a falta de gratidão por parte das pessoas a quem ajudamos ou a quem
Deus socorreu; a insistência das pessoas em nos fazer coisas que sabem que nos
desagradam, como nos casos das crianças, receber um soco pelas costas de uma
pessoa que sai correndo; a conexão na internet que nos irrita por lentidão ou
por suas quedas; a falta de tinta na impressora antes de encerrada a impressão
de um trabalho que está para ser entregue; a perda de um ônibus por uma fração
de segundo, quando já estamos atrasados; a estupidez de enfrentar uma fila no
banco; a falta de humildade em pessoas que sabem menos que a gente; o ronco do
cônjuge; ter que andar atrás de uma pessoa que anda bem devagar (e a gente com
toda a pressa do mundo); comprar um aparelho que não funciona; pagar por um
serviço e não receber por ele; pedir ajuda a um atendente que nunca sabe nada.
Cada um conhece as irritações que estas situações provocam. A recomendação
bíblica é muito clara em Efésios 4.26.
A falta da
longanimidade expressa por meio da ira continuada, é uma brecha que abrimos
para a atuação do diabo em nossas vidas (Efésios 4.27/ 1 Pedro
5.8).
Paulo está
recomendando que nenhum de nós vá dormir ainda irado, do contrário, o diabo vai
nos levar à autodestruição.
A longanimidade é
prática difícil, significa ser equilibrado em vez de ter pavio curto, ser
demorado em irritar-se, ter boa vontade para com quem fere, é não retaliar, é
não vingar a ofensa, é amar os inimigos ou todos aqueles que nos fazem mal.
A longanimidade
faz parte da personalidade de Deus (Êxodo 34.6/ Números
14.18/ Salmos 103.8/ 1 Pedro 3.20).
Esta virtude é
atribuída a Deus por Sua capacidade de reter Sua indignação diante da
provocação humana.
Nosso pecado
provoca a ira de Deus, mas Ele não a descarrega sobre nós (Romanos 9.22,23), bem diferente daqueles
discípulos de Jesus referidos em Lucas 9.51-56.
Diante da falta
de hospitalidade por parte dos samaritanos, os doces e santos Tiago e João
perguntaram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?”; a resposta de Jesus foi imediata: “Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do Homem
não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (confere: Lucas 19.10).
A longanimidade
de Deus nos salva, devemos ser gratos a Ele por isto (Números 14.18,19/ Romanos 2.4/ 1 Pedro 3.20,21/ 2 Pedro 3.15).
Deus é longânimo
para com o ser humano para que nenhuma de Suas criações se perca (2 Pedro 3.9).
Como cristãos
devemos buscar em imitar a longanimidade de Deus (1 Timóteo
1.16/ 2 Timóteo 4.2). Ele é o nosso modelo.
Nossa
longanimidade deve salvar outras pessoas. Precisamos desenvolver a tolerância
máxima, não a tolerância zero.
Em nós, a
longanimidade é contra a nossa essência, a menos que o Espírito Santo a produza
em nós.
Devemos ser
modelos de longanimidade, como instrumentos para salvação de outros.
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